Como escolher o melhor combustível para um carro flex-fuel

A indústria automobilística brasileira lançou os carros flex-fuel com o objetivo de dar aos consumidores a opção de escolher abastecer com álcool ou gasolina. No entanto, ambos os combustíveis têm vantagens e desvantagens.

Fatores mecânicos para seleção de combustível

Se o seu carro for flex, você pode ter optado pelo combustível mais barato, considerando o preço. Mesmo nesse caso, é preciso abastecer com gasolina pelo menos a cada três meses para evitar que resíduos de álcool no tanque afetem os canos, dizem os especialistas. As montadoras não aconselham os proprietários a trocar o combustível periodicamente, no entanto, mecânicos mais experientes garantem que abastecer um carro flex com gasolina de vez em quando faz a bomba de combustível durar mais.

Para um melhor funcionamento das tubulações e da bomba de combustível, que leva os líquidos até o motor, pelo menos meio tanque de gasolina, para quem costuma abastecer com álcool, já tem efeitos positivos. Enquanto uma bomba de combustível em um carro que usa gasolina dura 60 mil quilômetros, em um carro que roda com álcool a durabilidade cai para apenas 20 mil quilômetros, devido à corrosão.

Também é bom lembrar que o tanque de gasolina reserva para dar partida no carro deve estar sempre cheio, principalmente no inverno, para garantir que o carro comece a funcionar. Ele deve ser trocado a cada seis meses, caso não seja consumido, para evitar que fique oxidado.

Carro flex com etanol – vantagens e desvantagens de sua utilização

O etanol é uma alternativa de combustível renovável e não poluente. No entanto, precisamos estar cientes de que seu processo de produção, que utiliza uso intensivo de terra, causa danos ao meio ambiente. Há problemas ambientais decorrentes tanto da exploração e uso de combustíveis fósseis quanto da produção de álcool de cana-de-açúcar.

O Brasil foi o primeiro país a utilizar álcool etílico, etanol, como combustível e continua sendo um grande produtor global, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Em relação ao seu processo de produção, no entanto, o etanol de cana-de-açúcar não é considerado totalmente ecológico, e há outras alternativas energéticas mais alinhadas aos objetivos ecológicos e sustentáveis, como a energia eólica, solar, elétrica, etc.

O etanol é um biocombustível que pode ser obtido da cana-de-açúcar, milho, mamona, soja e babaçu. Sua vantagem é o menor preço em relação à gasolina e ao diesel, combustíveis fósseis derivados do petróleo. Em termos econômicos, o álcool de cana só é vantajoso em relação à gasolina quando seu preço é 70% menor, pois seu rendimento é menor.

Por um lado, o etanol emite muito menos poluentes que a gasolina, cerca de 25%, mas, por outro lado, as plantações de cana-de-açúcar no Brasil exigem grandes áreas de terra para produzir álcool. Nos Estados Unidos, a matéria-prima usada é o milho.

Etanol e petróleo – efeito comparativo

A gasolina é um subproduto do petróleo, que é um recurso finito e não renovável que libera dióxido de carbono quando queimado, o que contribui muito para a poluição e o efeito estufa. A prospecção de petróleo é cara e requer tecnologia sofisticada. No Brasil, as áreas onde o petróleo é obtido estão localizadas em plataformas offshore. Os biocombustíveis, por outro lado, exigem tecnologia mais simples, como terras agrícolas, luz solar e chuva.

A produção de petróleo não visa apenas o mercado de combustíveis, mas também uma enorme variedade de outros produtos utilizados na vida cotidiana ao redor do mundo, como plásticos, tecidos sintéticos e medicamentos.

No entanto, o petróleo libera dióxido de carbono, que é transferido do subsolo do planeta para a atmosfera, levando à mudança climática. Outro grande impacto ambiental do petróleo ocorre em derramamentos acidentais no mar. Acidentes envolvendo superpetroleiros levam à morte de peixes e pássaros, com efeitos devastadores nas áreas onde o petróleo chega.

Etanol brasileiro – renovável mas com impactos ambientais

No caso brasileiro, o cultivo da cana-de-açúcar ocupa grandes áreas de terra que poderiam ser utilizadas para produzir alimentos para consumo humano. A produção de etanol a partir da cana-de-açúcar causa diversos impactos ambientais, como:

– Redução da biodiversidade – em consequência da implementação da monocultura;

– Contaminação de rios, nascentes e águas subterrâneas devido ao excesso de fertilizantes, herbicidas e pesticidas agrícolas.

– Compactação do solo – através da utilização de maquinaria pesada;

– Assoreamento dos rios, devido à erosão do solo;

– Incêndios causados ​​pela queima da palha da cana-de-açúcar;

– Consumo intensivo de óleo diesel durante o plantio, colheita e transporte

O cultivo da cana-de-açúcar para produção de álcool é feito de forma intensiva, com a produção constantemente se expandindo para novas áreas a fim de atender à demanda. A expansão da área cultivada envolve, muitas vezes, pequenas propriedades rurais que antes produziam leite e culturas de subsistência. Também foram registradas invasões de áreas de preservação permanente, nascentes de rios, encostas e outras áreas com fragilidade ambiental.

A degradação ambiental causada pelos agrotóxicos utilizados na lavoura de cana-de-açúcar acaba poluindo fontes de água e aquíferos subterrâneos. Outro fator negativo é o descarte da vinhaça, um subproduto da produção de álcool, que, quando feito de forma descuidada, causa a morte de peixes nos rios em que é despejado. Embora a vinhaça seja um grande poluente, ela tem sido usada na lavoura como substituto de fertilizantes orgânicos e minerais. No entanto, seu uso precisa ser controlado, pois pode contaminar o lençol freático e causar salinização do solo.

No estado de São Paulo, maior produtor do Brasil, há também o impacto causado pela queima da palha da cana-de-açúcar, que é o impacto ambiental produzido pelo agronegócio da cana-de-açúcar que tem sido o mais discutido até agora. A queima causa grandes danos ao meio ambiente e às pessoas, e é passível de proibição, com a Lei Estadual 11.241, de 2002, que proibiu a queima da cana-de-açúcar, mas não impede que cidades paulistas como Araraquara, São Carlos, Ribeirão Preto, Piracicaba, Jaú e Catanduva convivam com esse problema.

Carro flex-fuel – como economizar mais

O fato de o carro ser flex fuel é considerado vantajoso no mercado automobilístico desde sua criação, pois, dependendo dos fatores econômicos atrelados ao preço do álcool ou da gasolina, seria possível economizar.

O motor de um carro flex é adaptado para funcionar com álcool ou gasolina e consome menos combustível do que um carro comum. No entanto, é preciso saber escolher o combustível certo na hora certa para aproveitar a economia que ele proporciona.

Quem tem um carro flex pode escolher entre álcool ou gasolina para abastecer, mas precisa avaliar a melhor opção para economizar. Considerando que o álcool é mais barato que a gasolina, a melhor alternativa pode parecer sempre ser o álcool. No entanto, como o álcool é menos eficiente que a gasolina, rendendo menos, é preciso fazer um cálculo que leve em conta o preço por litro do álcool e seu rendimento 70% menor que o da gasolina.

Para isso, considere como exemplo um carro que anda 10 km por litro com gasolina. Com etanol ele andará 7 km por litro. Pegue o preço do litro do álcool e divida pelo preço do litro da gasolina, o resultado será o percentual relativo ao preço do álcool no preço da gasolina. Assim, se o preço da gasolina for R$ 3,40 o litro, e o preço do álcool for R$ 2,80 o litro, dividindo um pelo outro teremos 82%. Neste caso, ainda não será vantajoso abastecer com álcool, o que só valerá a pena quando o valor for igual ou menor que 70%.

Para decidir qual combustível você vai escolher para abastecer seu carro, o melhor a fazer é pesquisar os preços de mercado na região onde você mora, encontrando o posto com o melhor preço, para economizar mais.