Comprar um carro novo ou mandar um usado para a garagem?

Vale a pena comprar um carro novo ou mandar um usado para a garagem neste momento de crise? Veja o texto abaixo.

A confiança do consumidor melhorou em junho, após vários meses de pessimismo no mercado. No entanto, as vendas de carros ainda não se recuperaram, caindo 21% nos últimos 12 meses, segundo a Fenabrave, órgão que representa as concessionárias.

Muitos consumidores estão se perguntando se agora é o momento certo para comprar um carro novo, dada a incerteza econômica atual. No entanto, a questão é se seria melhor continuar fazendo reparos e manutenção para manter seu veículo usado em boas condições.

Imagem: Getty

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Como comprar um carro novo sem correr riscos financeiros

Essa é uma oportunidade para quem tem uma entrada de pelo menos 30% do valor do carro, pois é um momento em que o comprador tem poder de barganha diante das dificuldades de vender veículos novos. É possível negociar um preço com desconto, com parcelas facilitadas, prazos maiores e juros baixos. Para conquistar os consumidores, o mercado automotivo está aberto a maiores concessões para concretizar as vendas.

Uma entrada de pelo menos 30% do preço do veículo é um diferencial muito importante. Se mesmo assim você não conseguir juntar o dinheiro, o melhor é esperar um pouco antes de trocar de carro. As concessionárias também estão tomando precauções, observando a estabilidade financeira do comprador, como garantia de que ele conseguirá pagar as parcelas do financiamento.

Uma boa opção recomendada por especialistas em investimentos é aplicar o dinheiro em um fundo de investimento ou no Tesouro Selic, que pagam juros de acordo com as altas taxas atuais, resgatando o dinheiro para comprar o carro no ano que vem.

Antes de comprar um carro novo, é essencial calcular seus gastos mensais e verificar se a prestação mensal cabe no seu orçamento. Além disso, os veículos têm custos de manutenção diferentes dependendo do modelo, e esse também é um gasto a ser considerado. Muitos consumidores acabam perdendo o carro por atrasarem mais de três parcelas do financiamento.

Embora muitos estejam ansiosos para comprar um carro novo ou mesmo usado, em um momento em que as diretrizes econômicas do governo ainda tentam reverter a recessão econômica, não é sensato investir suas reservas de dinheiro na compra de um carro e se endividar.

A propaganda das montadoras sempre anuncia descontos e ofertas espetaculares, mas o consumidor deve esperar sem pressa. É preciso ter muito cuidado, pois com uma taxa de juros Selic de 14,25% ao ano, ninguém pode ter certeza absoluta de que não corre risco de desemprego. Além disso, a economia global também enfrenta um período de incertezas, com a saída do Reino Unido da União Europeia, o que pode piorar a recessão brasileira. Esses fatores externos e a inflação estão pressionando o ambiente no Brasil, com o risco de aumento da inadimplência do consumidor.

Se o carro novo agora é uma necessidade

Se você precisa de um carro, seja para assumir um novo emprego, ou porque se mudou para um lugar onde o transporte público é inexistente, seja qual for a situação que o fez decidir comprar um carro agora, faça sua pesquisa primeiro. Além de pesquisar, exerça seu direito de pechinchar, compare preços e nunca feche um negócio sem antes avaliar as várias opções disponíveis.

Se você precisa de financiamento, precisa verificar os termos e condições do seu banco, incluindo taxas de juros e todas as taxas, para poder analisar o que a concessionária oferece. Procure também informações sobre taxas de juros de diferentes bancos no site do Banco Central.

Outro ponto importante a ser considerado na hora de decidir sobre uma marca e modelo é o fator de depreciação do veículo. Ou seja, quanto valor ele perderá no primeiro ano de uso, para que você possa ter uma ideia de quão fácil ou difícil será revender o carro no futuro.

Um estudo publicado recentemente pela Agência AutoInforme concluiu que o Chevrolet Onix é o veículo que, há dois anos consecutivos, menos desvaloriza ao longo do primeiro ano de uso, com uma taxa de depreciação considerada baixa, de 7,6%.

O fator de depreciação pode ajudar você a decidir qual modelo de carro é melhor para você comprar, porque significa o quanto seu dinheiro será desvalorizado se você trocá-lo no futuro.

Se você precisa vender seu carro antigo para comprar um novo, procure sites de revenda na internet, tomando as devidas precauções de segurança. Ao trocar seu carro novo na concessionária, você pode conseguir um preço menor do que no mercado. Você pode encontrar o valor do seu veículo na Tabela Fipe, considerando o preço de tabela, com desconto de 10% se o veículo estiver em boas condições.

Quando manter seu carro usado é uma vantagem

Quando investimos em imóveis, a coisa mais provável que vai acontecer é que nosso investimento aumente em valor. Carros, no entanto, sempre se depreciam ao longo do tempo, e o valor de revenda será menor do que o valor de compra.

Não importa o quanto você tente adiar o momento de trocar seu carro usado, seja porque o preço que você consegue é muito baixo ou porque você não tem condições de pagar as parcelas de um carro novo, você inevitavelmente chegará ao ponto em que terá que trocar de carro. Isso porque investimos nos reparos e na manutenção do carro usado, mas chega um momento em que não vale mais a pena investir recursos em um veículo que já está muito desgastado. O importante é saber quando é hora de trocar.

A quilometragem mostra quando é hora de trocar

A quilometragem é o indicador mais importante da vida útil de um carro. O ano de fabricação não indica realmente o quanto ele foi rodado nas estradas e na cidade. No caso de uma pessoa que não usa muito o veículo, ele pode ser deixado na garagem e em dois anos terá uma quilometragem inferior a vinte mil quilômetros rodados. Portanto, neste caso, dois anos não indicam que é hora de trocar, enquanto alguém que trabalha viajando terá um carro com muito mais quilometragem em dois anos.

Quilometragem mais alta significa que você precisará levar seu carro à oficina com mais e mais frequência. Peças mais caras têm uma vida útil mais longa, mas sempre chegará a hora da substituição. Podemos dizer que 60.000 quilômetros marcam uma vida útil sem grandes despesas de garagem., onde a manutenção consistia na substituição dos itens mais básicos. A partir daí, começam os custos de manutenção mais altos, como substituição de pneus, amortecedores, escapamentos, freios, etc.

O dono de um carro com baixa quilometragem que o troca por um novo estará investindo seu dinheiro sem um retorno que realmente valha a pena, porque o carro novo irá se desvalorizar após a compra. Os custos de manutenção levarão tempo para aparecer, mas isso também acontece quando se mantém um carro usado com baixa quilometragem. Em outras palavras, ele estará gastando dinheiro que não é realmente necessário.

Dependendo do orçamento – o bolso de cada um fala mais alto

Avaliar quanto você precisa gastar para deixar seu carro em boas condições, incluindo substituição de peças e reparo da pintura, indicará se vale a pena ficar com o carro. Isso porque, considerando seu valor de mercado e depreciação, pode não valer a pena gastar mais nele.

E não adianta ficar adiando indefinidamente a manutenção dos seus itens e equipamentos, pois se o veículo não estiver em boas condições, ele pode representar uma ameaça à segurança dos seus ocupantes.

O ideal é que você comece a economizar para um carro novo com bastante antecedência, assim que ele apresentar sinais de desgaste, começar a falhar e causar dores de cabeça para seu dono. A manutenção é necessária, porque adiar a substituição de peças aumentará suas perdas quando você revendê-lo. Qualquer concessionária que aceite um carro usado para troca por um novo exigirá que o veículo esteja em boas condições. Se não estiver em boas condições, o dono será forçado a dar um desconto no preço de venda.