Veja os efeitos da pandemia no setor automotivo

A pandemia do novo coronavírus teve como consequência a paralisação da indústria automotiva no Brasil e no mundo, diante da necessidade de isolamento e queda na demanda.

Segundo a Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, 64 das 65 fábricas brasileiras paralisaram a produção devido à pandemia de Covid-19.

São fábricas brasileiras de automóveis, ônibus, caminhões e máquinas agrícolas que paralisaram a produção em decorrência da disseminação do novo coronavírus. A única exceção foi a fábrica de máquinas de construção da Volvo em Pederneiras (SP).

Imagem: Pixabay

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As fábricas de motocicletas não estavam incluídas entre as 64 fábricas da lista da Anfavea, mas depois Honda e Yamaha, as duas maiores empresas do setor, que detêm mais de 90% do mercado, anunciaram paralisações em suas fábricas em Manaus.

A decisão foi tomada individualmente pelas empresas, considerando a situação atual de necessidade de isolamento ou distanciamento social, além da queda na demanda por veículos, decorrente do fechamento dos negócios.

Após muitas concessionárias suspenderem suas atividades, não havia mais necessidade de continuar produzindo. Além dessa condição, o estoque nas lojas e pátios das fábricas era suficiente para 37 dias, segundo estimativa da própria Anfavea, feita em fevereiro.

Essa paralisação de fábricas de veículos não está acontecendo apenas no Brasil. A maioria dos fabricantes ao redor do mundo adotou as mesmas medidas em um esforço coletivo para tentar conter a disseminação do novo coronavírus.

São essas as montadoras que anunciaram a interrupção da produção de veículos no país, a maioria delas sem previsão de retomada, o que depende da gestão da crise no país;

– Audi

– BMW – Araquari (SC)

– Caoa Chery – Jacareí (SP)

– Caoa Hyundai – Anápolis (GO)

– Chevrolet – Nova York (NY)

– Chevrolet – Nova York (NY)

– Chevrolet – Mogi das Cruzes (SP)

– Chevrolet – Gravataí (RS)

– Chevrolet – Joinville (SC)

– FCA – Fiat Chryser – Betim (MG)

– FCA – Fiat Chrysler – Goiana (PE)

– FCA – Fiat Chrysler – Campo Largo (PR)

– Ford – Camaçari (BA)

– Ford – Taubaté (SP)

– Ford/Troller – Horizonte (CE)

– Honda – Sumaré (SP)

– Honda – Itirapina (SP)

– Hyundai – Piracicaba (SP)

– Jaguar Land Rover – Itatiaia (RJ)

– Mercedes-Benz – Iracemápolis (SP)

– Mitsubishi/Suzuki – Catalão (GO)

– Nissan Resende – (RJ)

– PSA – Peugeot Citroën – Porto Real (RJ) – 2 fábricas

– Renault – 4 fábricas

– Toyota – Nova York (NY)

– Toyota – Indaiatuba (SP)

– Toyota – Porto Feliz (SP)

– Toyota – Sorocaba (SP)

– Volkswagen – Nova York (NY)

– Volkswagen – Taubaté (SP)

– Volkswagen – São Carlos (SP)

– Volkswagen – Nova York (NY)

Coronavírus e impacto na produção global de automóveis

Já há previsões de que a pandemia do coronavírus reduzirá a produção global de carros em 13% este ano. A crise sem precedentes reduzirá o número de veículos produzidos em 11,9 milhões.

A paralisação de fabricantes e fornecedores de automóveis afetará a produção de veículos leves em todo o mundo, devido à paralisação para conter a disseminação da Covid-19.

Em 2019, a produção de veículos leves foi de 88,8 milhões de unidades. A previsão total para 2020 é de 76,9 milhões, o que representa uma queda de 13,4%, equivalente a 11,9 milhões de veículos neste ano.

Imagem: Pxhere.

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A expectativa para a produção de automóveis em 2020 era diferente antes da pandemia. No início de março, quando a maioria dos países ainda não havia adotado quarentena e restrições de circulação, a previsão era de que a produção chegasse a 90,1 milhões de unidades.

Segundo especialistas ouvidos pela imprensa, a nova previsão demonstra a maior instabilidade já enfrentada pelo setor. Profissionais do setor declararam que esta é a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial. A dificuldade é enorme, porque a paralisação é global.

Pesquisadores do Instituto Econômico Alemão disseram que essa era uma situação sem precedentes. Além de os fabricantes terem parado a produção em grande parte, as concessionárias também estão fechadas e os fornecedores não conseguem trabalhar. É improvável que essas redes consigam ser restabelecidas rapidamente e de forma coordenada.

Em um estudo realizado pela empresa de pesquisas LMC Automotive para a produção de 2020, houve um corte de 2,5 milhões de unidades na Europa, 2,5 milhões na América do Norte, 900 mil na América do Sul, 2,2 milhões na China e 4,3 milhões nos demais países.

Quanto às vendas, a empresa de pesquisa também mudou sua previsão. Em comparação com as 90,5 milhões de vendas feitas em 2019 em todo o mundo, em 2019 o número deve encolher 15,3% e fechar em 76,6 milhões.

No caso brasileiro, a expectativa é de que sejam vendidos 2,03 milhões de veículos leves neste ano, o que significa uma redução de 23%, em comparação aos dados da Fenabrave de 2019, quando o total de emplacamentos de automóveis e comerciais leves novos foi de 2,65 milhões.

Não há mais dúvidas entre os especialistas sobre a redução das atividades do setor neste ano. A questão agora é sobre o real tamanho do desequilíbrio criado pela paralisação causada pela pandemia.

Imagem: Pixabay.

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O especialista da indústria automotiva Joachim Deinlein disse que a situação nos Estados Unidos ainda é muito incerta, enquanto a China já está controlando melhor a disseminação da doença. Para ele, isso significa que a China será menos afetada, já que a crise na fase de aceleração foi administrada de forma mais eficiente. No entanto, os Estados Unidos costumam se recuperar mais rapidamente após crises econômicas, como a crise financeira de 2008, embora atualmente ainda esteja no meio da curva exponencial de pessoas infectadas.

Segundo o especialista, a Europa terá que enfrentar as consequências da pandemia de diferentes maneiras. Passado o pior da crise, os países do sul do continente ficariam em uma situação mais complicada, pelo fato de terem menos recursos para estimular a compra de carros.

O professor Dudenhöffer, da Universidade de St. Gallen, acredita que, com o impacto do coronavírus, levará cerca de dez anos para que o setor automotivo europeu atinja os números de vendas de 2019.

A paralisação na Europa afetou pelo menos 1,1 milhão de trabalhadores diretamente ligados ao setor automotivo e já resultou em queda na produção de 1,2 milhão de veículos leves, caminhões e ônibus, segundo dados da ACEA, associação que reúne montadoras europeias. O maior impacto foi na Alemanha, onde 51% dos trabalhadores foram afetados e a produção caiu 29% até a segunda semana de abril.

Sobre a situação na América do Sul, o especialista afirma que a demanda no setor já estava em queda e, por isso, o processo de recuperação será mais demorado., devido à interrupção ou redução de investimentos.